RUBIACEAE

Manettia fimbriata Cham. & Schltdl.

Como citar:

Raquel Negrão; Rodrigo Amaro. 2017. Manettia fimbriata (RUBIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

13.737,269 Km2

AOO:

104,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie nativa, endêmica do estado do Rio de Janeiro, encontrada nos municípios de Araruama (P. Occhioni s.n., RB 27689), Armação de Búzios (H.G. Dantas 252), Arraial do Cabo (M. Gomes 398), Cabo Frio (D. Araújo 5631), Casemiro de Abreu (G. Martinelli 5668), Duque de Caxias (J.A. Lira Neto 684), Niterói (A. A. M. Barros et al. 4604), Nova Friburgo (H.C. Lima 3613), Paraty (L.C. Giordano 1039), Rio de Janeiro (E. Pereira 3645), Sepetiba (D. Sucre 3589). Coletada no Parque Estadual da Serra da Tiririca (D. Araujo 3781), na APA do Cairuçu (M. Bovini 2542), APA de Macaé de Cima (H.C. Lima 3613) e no PARNA da Tijuca (A. Ducke s.n.).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B1b(i,ii,iii,iv)+2b(i,ii,iii,iv)
Categoria: NT
Justificativa:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, com ocorrência na Floresta Ombrófila e na Restinga, com EOO = 12489 km², AOO = 104 km² e 17 situações de ameaça. Existem registros da espécie em 11 municípios, ao longo das últimas décadas, estando representada em quatro Unidades de Conservação. Contudo, em vista dos valores de EOO e AOO, associados ao declínio contínuo suspeito de EOO, AOO, qualidade de habitat e de subpopulações, causados pela intensa expansão urbana nas localidades, é possível que a espécie venha a ser categorizada como ameaçada em um futuro próximo.

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Linnaea 4: 173. 1829

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Substrato: terrestrial, rupicolous
Forma de vida: liana
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Vegetação de Restinga
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Liana, terrícola, com ocorrência na Floresta Ombrófila e na Restinga (Macias e Firens, 2014). Arbusto escandente, heliófilo, rupícola (D. Araujo 5631; 3781).
Referências:
  1. Macias, L.; Firens, M. 2014. Manettia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB38950>. Acesso em: 29 Abr. 2015

Reprodução:

Detalhes: Floresce em janeiro (Pessoa 566), março (Bovini 2542), abril (E. Pereira 685), maio (D. Araujo 3781), até junho (A.P. Duarte 4820). Mas também foi coletada com flor em agosto (Sucre 3589) e dezembro (Dusén 171). Com frutos março (G. Martinelli 5668), abril (Brade 15288), maio (S. Araújo e E. Pereira 506), junho (H.C.Lima 3613), agosto (Sucre 2602) e dezembro (Dusén 171).
Fenologia: flowering (Jan~Jun), fruiting (Mar~Jun), fruiting (Aug~Aug), fruiting (Dec~Dec)
Síndrome de dispersão: anemochory

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat past,present,future local high
O turismo ocorrente no interior e arredores do Parque Estadual da Serra da Tiririca é realizado de maneira desordenada e com carência de fiscalização (Barros, 2008).
Referências:
  1. Barros, A.A.M. de, 2008. ANÁLISE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DA TIRIRICA, NITERÓI E MARICÁ, RJ, BRASIL. Escola Nacional de Botânica Tropical.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression locality,habitat past,present,future local high
O fogo também é um problema comum nos afloramentos rochosos do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Barros, 2008).
Referências:
  1. Barros, A.A.M. de, 2008. Análise Florística e Estrutural do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ, Brasil. Escola Nacional de Botânica Tropical.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future regional very high
O adensamento populacional na Região dos Lagos vem crescendo consideravelmente nas últimas décadas, em função, principalmente, de investimentos na infraestrutura de transporte, que facilitou o investimento imobiliário (Davidovich, 2001). Cabo Frio vem apresentando nas últimas quatro décadas um ritmo de crescimento bem acima da média estadual e mesmo nacional, em decorrência dos royalties da exploração de petróleo na plataforma continental, mas sobretudo por sua vocação para o turismo em sua orla marítima, que influenciou toda sua infra-estrutura urbana (Ribeiro & Oliveira, 2009). As áreas antrópicas recobrem cerca de 60% da área da região de Cabo Frio, e arredores, um importante centro de biodiversidade mundial (Bohrer et al., 2015). As áreas mais afetadas estão localizada nas sedes municipais, no entorno da Lagoa de Araruama, ao longo das rodovias RJ 106 e RJ 140 e nas áreas costeiras (Bohrer et al., 2015). A vegetação de restinga, outrora existente entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de Abreu, foram praticamente eliminadas nos últimos 20 anos. O principal motivo para essa perda foi a acentuada crescimento de empreendimentos imobiliários e loteamentos que hoje dominam o cenário local (Leme, 2000).
Referências:
  1. Bohrer, C.B. de A., Dantas, H.G.R., Cronemberger, F.M., Vicens, R.S., Andrade, S.F. de. 2015. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Mapeamento da vegetação e do uso do solo no Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio , Rio de Janeiro. Rodriguésia 60, 1–23.
  2. Davidovich, F. 2001. Metrópole e território : metropolização do espaço no Rio de Janeiro. Cad. Metrópole 6, 67–77.
  3. Leme, E.M.C. 2000. Niudularium - bromélias da Mata Atlântica, in: Niudularium - Bromélias Da Mata Atlântica. Sextante, Rio de Janeiro, RJ.
  4. Ribeiro, G., Oliveira, L.D. de. 2009. As Territorialidades da Metrópole no Século XXI: Tensões entre o Tradicional e o Moderno na Cidade de Cabo Frio-RJ. Geo UERJ 3, 108–127.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat past,present,future local high
O turismo na APA Caiçuru acarreta degradação do solo, embora as áreas de floresta apresentem melhor estado de conservação (Rangel et al., 2013).
Referências:
  1. Rangel, L.A., Guerra, A.J.T., Brizzi, R.R., Souza, H.S., 2013. O uso de trilhas em unidades de conservação: o caso da Apa de Cairuçu, Paraty–RJ. Geogr. Londrina 22, 79–93.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Coletada no Parque Estadual da Serra da Tiririca (D. Araujo 3781), na APA do Cairuçu (M. Bovini 2542), APA de Macaé de Cima (H.C. Lima 3613) e no PARNA da Tijuca (A. Ducke s.n., UPCB 22866).